“Não, você não vai achar o amor da tua vida no corredor da sua escola. Nem no cinema. Nem na praça. Na verdade, você só vai achar o amor da sua vida (se é que isso existe) quando não estiver esperando. Talvez até quando você estiver namorando, encontre a tua alma gêmea. Mas nada muito planejado. Nada em estilo filme da Disney. O tal amor da sua vida pode ser até um senhor de 60 anos. Provavelmente alguém com manias irritantes, e um orgulho terrível. Com certeza ele não será perfeito, e muito menos será como você imaginou. Não terá aquela BMW que você sempre imaginou que teria. Na verdade, ele só usa uma bicicleta velha do irmão mais novo. O amor da sua vida pode estar do seu lado agora. Mas você nunca saberá, porque não está esperando por ele agora. Você acha que vai encontrá-lo na rua, e ele irá derrubar sua pasta, então quando forem abaixar pra pegar os papéis que caíram, acontece uma troca de olhares e puf, vocês praticamente marcam um casamento ali. Mas não é assim. As chances de isso acontecer são minímas, para não dizer nulas. Você tem que desligar um pouco a televisão e entender que a tua tão esperada alma gêmea não vai aparecer do nada. Ele está por aí, tomando um sorvete ou transando com a tua vizinha. E talvez você nunca o conheça. Eu sei, é cruel, mas talvez a pessoa que você case não seja o amor da sua vida. Mas isso não significa que seja algo ruim. Você casou com alguém que te faz feliz, oras. E muitas vezes o amor da sua vida só te faz sofrer.”

—	Cibele Sena (amargar)