quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


Café posto na mesa em mais uma manhã solitária, onde os poucos raios de sol não conseguem entrar pela janela devido à nuvem que encobre meu lar.  Engulo o pão a seco sem ao menos mastigar, faço deste gesto um protesto contra meus próprios anseios para que eu não me embriague de doses de cafeína, não sei por qual motivo mais de alguma forma me sinto com êxtase de carência e desolação quando bebo café demais. O telefone na mesa de madeira e eu a espera que ele fizesse todo aquele mogno vibrar, esperanças em vão, sei que agora apenas devo me acostumar com essa nova rotina, esta de acordar e lamentar, tentar se conformar, chorar mais um pouco, lembrar e sorrir pensando que as coisas serão melhores, mais é ai que percebo ao olhar para o relógio que o remédio de toda essa angustia se encontra naqueles ponteiros que passam por cada traço da porcelana lentamente… O tempo. Esse que demora, que não tem presa e enquanto isso crescem ervas daninhas que sobem rápido demais por meu corpo, essas que denomino sendo decepção, na verdade não consigo me conformar com um fim tão trágico de um amor que parecia real, hoje vejo que era peça teatral e as cortinas se fecharam, sou então atriz coadjuvante onde em meu currículo existe mais erros do que acertos, não sei como vai ser daqui para frente então. Sigo a olhar aquele telefone e o portão enferrujado, onde sei que nenhum sinal de fogo ou de socorro irão surgir, na verdade a única que precisa ser salva nessa historia toda sou eu, que cujo o único erro que cometeu foi amar demais e dar esse amor a pessoa errada em doses erradas.
- Andressa (petalas-de-outrora)

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