domingo, 5 de fevereiro de 2012


Moça de poucos sorrisos e um olhar profundo que de tanta imensidão se afagou e veio a ser pequeno mais com um brilho que apenas poucos vêm a perceber. Moça de cabelos encaracolados com tom amadeirado com perfume de orvalho, se é que entendes o sentido, era como folha que vaga pelas manhas gélidas da relva do campo, e assim como a grama verde era o tom da cor de teus olhos, um verde musgo que cintilava misturado com o azul do céu ao contempla-lo. Os dentes eram desiguais e a pele não era leve como o cetim dos vestidos de sua preferencia, mais de alguma forma ela tinha sua beleza. Ela era como a flor solitária no campo, como a arvore com folhas viris no serrado, era como a beleza única de um natural, como o próprio reflexo no manto da nascente virgem do riacho. Seus sentimentos poderiam ser comparados ao dedilhar leve nas teclas de um piano velho abandonado no canto da sala, que de tão leves expulsavam de dentro de si notas suaves e frágeis, ela era de uma fragilidade comparada a da bailarina de cristal na estante, não digamos ela e sim o teu sentir, mais podemos dizer ela sim já que a mesma era coberta de centenas de toques romancistas. Suas decepções eram comparadas aos filmes mexicanos e toda sua dramaturgia, assim como sua força era comparada a de um mármore gélido na mesa da copa, ela era um pouco de cada móvel de sua casa, a casa interior, repleta de janelas e portas com interrogações, indagações, duvidas de uma juventude que desabrochou e esta prestes a morrer. Que a moça saiba então guardar as pétalas velhas assim como guardou o bem querer para passar a querê-lo, o tal denominado arlequim, que compadece sobre o seio de tua morada que jaz chamastes de coração. Que o pó da flor seja feito de lembranças e não um martírio no futuro presente, que ela saiba se amar um dia e que saiba se fazer poema, prosa, texto sem fim, que ela seja mais linhas expressas e menos pontos finais e recomeços árduos. 
- Andressa (c-o-l-o-m-b-i-n-a)

Nenhum comentário:

Postar um comentário