segunda-feira, 5 de março de 2012

E eu espero, sem problema algum. Fico plantada em uma esquina qualquer esperando você chegar durante horas, se preciso for. Pego sol, chuva, neve, rajada de vento. Passo pelo viaduto mais movimentado da cidade, respiro o ar rarefeito, ultrapasso os carros, as motos, as bicicletas. Que idiota, passar por tudo isso e continuar sorrindo. Mas o amor é justamente isso, uma completa idiotice. É fazer algo, e não esperar por recompensa, pois o sorriso do seu alguém já valerá mais do que toda a riqueza do mundo. O problema é que, quando há entre nós aqueles encontros milimetricamente planejados, e até mesmos os feitos pelo acaso, você não diz nada. Nenhuma palavra, além de ‘olá, como vai você?’. Você não abre os braços e esbraveja pro mundo tudo aquilo que tá se passando dentro de você, não chora, não grita. Pelo contrário, ao invés disso, você só olha dentro dos meus olhos… e sorri. Me despedaça inteira por dentro. As vezes acho que tu falas entre as entrelinhas mais subjetivas da vida, porque não é possível que haja tanta quietude dentro de um ser só! E isso me incomoda. Não sei se é porque meu eu é completamento o oposto do seu eu, ou se isso é mero fetiche momentâneo. Entenda, querido, por favor. Eu te amo, mas… teu silêncio me sufoca.
Carla Mangueira

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