sábado, 14 de abril de 2012


“Saudade não é nada. Mal sabia eu que ”nada” dói mais que ”tudo”. Tudo envolve também coisas boas, o nada é puro, vazio. Saudade dói, é muito limão, sal em cima de feridas abertas. Resseca a garganta e machuca a cabeça, te empurra da cama como um soco, ou te faz ficar nela como um tombo. Saudade aperta, esmaga, te faz dizer: ”não aguento mais”, ai você acorda no dia seguinte, vendo que aguentou… mas está lá, pronto para dizer de novo ”não aguento mais.”. Eu quero ver seu rosto novamente, quero senti-lo em minhas mãos, quero morder-te as bochechas, os braços, a barriga. Quero fazer-te cocegas, quero jogar-te na areia e pular em cima de você. Quero ouvir-te cantando, rindo, resmugando, falando mal da vida, bem também. Quero admirar a pintinha perto do seu olho, quero admirar seu sozinho, quero beijar você. Quero abraçar você. Quero meu menino aqui.
Quando essa ressaca de noite mal dormida passar, a tal saudade vai voltar. Mas eu vou aguentar, porque eu sei que ainda vou te ver.”
Eduarda Morgado 

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