sexta-feira, 20 de abril de 2012


                     
Estou me afogando em um oceano de lágrimas, olho para os lados em busca e algo e só vejo o nada, sem saber para onde a correnteza irá me levar. Me sinto perdida. Me vejo sozinha sem ninguém para me salvar antes que chegue a tempestade, e ela já esta bem próxima. O que me fizeste se perder? Ele. Ele me fez perder tudo, desde os amigos que eu tinha até o coração que habitava em meu peito. Ele se foi causando uma destruição dentro de mim, me deixando sozinha neste barco, em meio de nada. Tento buscar a saída, mas tudo parece ficar cada vez mais escuro, não á luz alguma. Será que perdi a entrada o tal famoso túnel? Nunca pensei que alguém pudesse me destruir assim, nunca imaginei que toda minha felicidade se acabaria em cinzas. Vejo meu rosto refletido nesse mar de lágrimas e não me reconheço, não pareço ser mais a mesma, eu costumava ser tão forte… Para onde se fora meu sorriso? Aquele sorriso que tantos elogiavam já não se via mais em minha face. O brilho da água cristalina parecia me chamar, fui adentrando cada vez mais aquela imensidão de água, tudo já parecia estar mais calmo, só havia um enorme silêncio. Então pude sentir meus pulmões implorando por ar, mas tudo estava tão tranquilo, que nada me fizera levantar dali. Abri meus olhos em busca de achar uma saída e então tudo se apagou (…) A morte é fácil, não é turbulenta como a vida, não a dor ou sofrimento, só repouso, paz e tempo. Tempo para recuperar o que a vida nos levou, para sarar todas as feridas. Confesso que estou melhor agora, jamais havia me sentido tão viva.

Carta psicografada, história da morte de Valérie. Outubro de 1994. Paris - França. (esquecendo-me)

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