terça-feira, 15 de novembro de 2011


Tão fria […] inquieta e possessiva. Ela era na dela, não comentava muito sobre o mundo, as vezes sobre o seu sentimento ou algo que a perturbava, mas ela era assim. Extremamente fria e insociável.Ela não tinha um “rótulo” definido, ora meiga, ora irritada e ainda tinha aquela coisa de usar roupa cheia de babados e cortes. Ela não gostava de maquiagem, nem de rosa, e aliás não entendia o porque de todas as meninas gostarem de rosa. Ela definitivamente era uma feminina-macho. Algo do tipo. As suas roupas eram coisas parecidas como camisetas de manga compridas junto com moletons e calças com cores neutras. Não tinha nada de muito sal, mas seu jeito impressionava os outros. Ela tomava atitude e não tinha medo de dizer o que pensava. Entre uma relação, ela não era a machucada, machucado era aquele que não a queria por perto. Mas sei lá, ela era tão na dela, que quando achava algo em comum com outra pessoa, se refletia na mesma. E ficava achando-se dona de tal pessoa. Ela era extremamente orgulhosa e pessimista. Ela não acreditava que no futuro poderiam acontecer coisas boas, até porque, aonde o mundo estava, era impossível acontecer algo bom. O mundo era sujo, desrespeitoso e principalmente egoísta. Ela ligava para isso, mas não fazia do mundo sua primeira alternativa para viver. Ainda existiam seus textos e sua fantasia. Apelidos “pequena”, “amor”, “anjo” e “bebê” eram falsos para ela, depende de quem estava vindo. Ah, e ela não girava o amor ao redor da sua vida, o amor era um simples detalhe. Nunca seria mais ou menos 50% da sua vida, achava ridículo se machucar por um amor. Para ela o encontro perfeito é ficar assistindo televisão; comendo hambúrguer e pizza. Ela não era nada organizada, nada e não se importava de se sujar, quebrar a unha ou algo do tipo, contanto que houvesse se divertido, estava tudo bem. Ela era verdadeira, muitos a admiravam por isso. Ela não temia em dizer o que ela achava e criticava muito. Palavrões para ela eram palavras realistas, eram melhores do que discursos falsos fazendo juras de amor, ou prometendo algo impossível. E ela não gostava muito de esportes. Na verdade, ela não gostava de esportes dentro da escola. Ela achava muito enjoativo e dramático. O jogo parava a cada quinze minutos porque uma menina havia caído no chão. Ela dormia nas aulas praticamente. O seu maior sonho não era se casar, também não era que o menino dos seus sonhos gostasse dela, era que alguém a entendesse. Ah, e ela era vítima. Vítima de si mesma, ela mesma a todo minuto colocava defeitos nela, ela realmente enxergava mais que todos. Ela era confusa. Ninguém conseguia explicar o que se passava na cabeça dela. Ela era muito tímida fora do mundo virtual. Quando tinha discursos em sala, ela gaguejava e estremecia as mãos. Ela tinha vergonha de errar, porque ninguém perdoava seus erros. Ah, e ela também era dramática, mesmo negando. Seu maior medo era todos esquecerem dela, como muitos já fizeram. Enfim, ela era uma menina, complicada e exagerada. Ela era uma menina incomum, defeituosa e realista. Mas ela era uma menina, uma menina que sabia o que o mundo queria e mesmo assim dava ao mundo não o que ele queria, mas sim o que ele precisava. 
Victória Konrath.

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