— | (João Amaral) |
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
“Eu sinto muito mesmo por não obter as respostas
certas e por te decepcionar, eu sei que machuca, meu amor. Já provei
dessa dor antes… já levei diversos tiros carregados de decepção no meio
do peito. Sei que talvez soe de uma frieza tremenda, mas eu decidi não
dizer sequer uma vez mais. Não conjugarei mais o verbo ”amar” pra ti,
não em voz alta. Eu lá vou saber o que é amor, não me considero sábio
nem nada e muito menos sei algo sobre a vida… vivo levando rasteira da
mesma, me acho um tonto, isso sim. Só imagino que seja algo de uma
imensidade que, meu amor… nem imaginamos! Mas, você me conhece um
pouquinho, pelo menos a essa altura deve saber que sou a pessoa mais
confusa do planeta terra. Eu realmente nunca sei de nada e minhas
incertezas me intrigam. Mas, eu até andei pesquisando… li no dicionário,
perguntei pra estranhos, procurei na internet e, veja bem, não descobri
nada! Ninguém sabe exatamente o que é e o que significa. Tem uns que
ficam conjugando pra qualquer um, devem olhar pruma xícara de café e
prometer amor eterno, essas pessoas não sabem de nada, não dê ouvidos
pra elas. Eu confuso e maluco que só devo ser mais sensato que esse
pessoal. Eu só queria saciar um pouco sua vontade de saber o que é que
se passa aqui dentro, quem sabe responder algumas perguntas… eu já
tentei ser mais breve, juro que já, mas gosto de me imaginar complexo.
Então… não posso dizer que te amo, até porque já me enganei outras
vezes, mas posso dizer que sinto teu cheiro do nada, que te vejo em
músicas, procuro tuas manias em outras pessoas, fico com um sorriso bobo
falando de você e discuto quando dizem uma vírgula sequer de ti. Também
planejo muitas coisas e ando pensando em nomes pras nossas crianças, e
fiquei imaginando se herdariam seus belos olhos e seus cabelos macios,
teriam sorte… e… sabe, meu coração acelera quando você se aproxima,
parece tambor — como agora —, e também tenho uma particularidade
instigante, passei a querer ficar só, e eu sempre tive medo da solidão,
mas estando só me encontro mais contigo, mesmo que longe, mesmo que
separados. Passei a enxergar o mar de uma maneira belíssima também,
percebi como seus olhos se assemelham a essas águas profundas. A
cantoria dos pássaros também nunca mais foi a mesma, agora deixo que
penetre até o fundo da minha alma… e te culpo por isso, tenho certeza
que você passou a causar isso em mim. Então, meu bem, não posso te dizer
que te amo, mas acho que amor tá incluído nisso tudo. E você precisa
ver como mudei e deixei minha lucidez de lado, acho que você que me
mudou assim, drasticamente. Pois bem, agora quero você pense bem e
decida a resposta pra tua pergunta, deixarei nas tuas belas mãos decidir
o que é que eu sinto, se é amor ou se não é… Eu, particularmente, acho
que pode ser sim, acho difícil existir algo mais intenso, profundo e
exagerado que isso que eu sinto. Eu, sinceramente, não irei arriscar nem
fazer afirmações precoces, mas vai por mim, acho que é amor sim.”
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