sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Era tarde da noite, quando ela escuta o telefone tocar. Ela levantou-se e foi até o telefone e ouviu o barulho da tempestade que caia lá fora. Quando ela atendeu o telefone, seu mundo desabou, o seu namorado havia se acidentado de carro a mais ou menos uma hora e estava no hospital fazendo uma cirurgia de emergência. Ela, já chorando, vestiu a primeira roupa que encontrou, desceu, pegou seu carro e saiu de casa em direção ao hospital. O caminho não era longo, mas como chovia muito, ela teve que reduzir a velocidade. Depois de uns vinte minutos ela chegou no hospital, foi correndo até a recepção e perguntou sobre como estava o seu namorado. A recepcionista disse que ele estava no meio da cirurgia de emergência que haviam avisado ela pelo telefone.
Restou a ela, ir até a sala de espera, sentar-se e lembrar de tudo o que aconteceu entre os dois. Um romance tão lindo, eles não eram namorados, eles eram melhores amigos e isso era o que mais encantava neles. Ele vivia surpreendendo ela, dando flores, roubando beijos, abraços inesperados, presentes inusitados. Ele era aquele garoto que qualquer garota queria como namorado e isso, foi motivo de muitas brigas desse lindo casal, mas nada muito grave. Ela, tinha seu jeito toda meiga, quieta, no seu canto, preferia assistir um filme deitada no sofá junto ao seu namorado do que sair de noite, gostava de ir até parques e ficar ali deitada, observando as nuvens que existiam sobre eles. Eles formavam um casal tão lindo, que ela não conseguia imaginar como seria viver sem ele, na verdade, ela sabia que isso seria algo impossível. Três horas haviam se passado desde que ela tinha chegado ali e não haviam notícias de seu namorado. 
Alguns minutos depois, o médico avisou que a cirurgia havia acabado, mas ela ainda não podia ir vê-lo. O nervosismo tomava conta daquela pequena garota, um coração tão amargo, judiado, cheio de dor, só pelo simples fato de imaginar como seria viver sem o grande amor da sua vida ao seu lado. Ela suava frio, suas mãos tremiam, lágrimas escorriam pelo seu rosto contra a sua vontade, elas simplesmente escorriam. Ela estava acabada, de tanta dor, de tanta angústia, de tantas lembranças nostálgicas, de tantas possibilidades, de tantas dúvidas. Ela estava cansada, quando o médio disse que ela poderia ir até o quarto ver seu namorado. Ela entrou lá e desabou, um garoto tão alegre, tão forte, tão cheio de amor, estava agora, deitado em uma cama de hospital, praticamente sobrevivendo pela função de aparelhos. Ela então chegou perto da cama em que seu namorado estava e disse:
— Meu garoto, você está bem?
— Estou sim minha pequena, dentro do possível. Mas está doendo muito meu anjo.
— Eu sei meu amor, mas eu estou aqui para cuidar de você, na saúde ou na doença.
Mais uma lágrima escorre pelo rosto dela, ela não aguentava ver ele assim, era algo que doía muito nela, nos dois. Ele então enxuga a lágrima de seu rosto e com muita dificuldade diz:
— Eu vou cuidar de ti minha pequena, lá de cima. Não se preocupa se eu não estiver mais aqui do seu lado, só não se esquece, que vou olhar por você lá de cima, e vou continuar te amando mais do que tudo. Eu te amo minha pequena, eu te amo.
Então, seus olhos se fecharam, e ele embalou em um profundo sono, do qual ele nunca mais iria acordar. (29-4)

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