sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eu estava deitada na cama […] estava tão quieta, a respiração tão calma que alguns poderiam confundir minha tristeza com minha morte. Faziam 17 dias de puro transbordamento de lágrimas. Eu estava com saudades, é eu admito, eu estava precisando de alguém.
Eu me segurava na cama, deitada contra os travesseiros e encoberta por uma coberta, que era de casal. Eu admito, eu não conseguia mais viver com essa falta, parecia que metade do meu coração havia ido embora…deixando-me só.
Quando olhei as gotas na janela, já havia a certeza: Seria apenas mais um dia de monotonia…pensando sempre na mesma pessoa, precisando sempre dela. O mais engraçado, é que eu não pensava na chuva como um meio de me acalmar, pensava como um meio de mostrar as minhas lágrimas. É como se a nuvem cinza fosse meu coração esvaziando tudo o que sempre guardou.
Já eram 10:30, e hoje completaríamos alguns meses se você estivesse aqui,logo minha mãe viria acordar-me, então fechei os olhos e me pus a fingir que estava dormindo. Logo ela veio, não me acordou. Reparou minhas lágrimas, secou-as  e com aquele tom calmo dissestes:
— Filha esse não será o seu primeiro amor, haverão outros.
Aquilo perturbou minha mente, só de pensar que haveriam outros garotos que iriam me fazer chorar […] eu estava sendo dominada pelo medo do amor […] Eu não sabia o que fazer.
Continuei deitada pensando em tudo que minha mãe tinha dito, em todos os conselhos, todas as conversas. Eu podia sentir o meu coração fraco batendo, podia ouvir ele implorando pela sua volta. Eu sabia no fundo que devia recomeçar, que aquela não era a melhor forma de te esquecer, eu tentava deixar isso pra trás..Mas as lembranças não permitiam.
Me levantei, e aquele barulho de chuva me irritava, e rapidamente um filme de todas os dias chuvosos que passamos juntos passou em minha mente. Olhei as horas e o tempo não passava, eram 10:40. Logo ouvi minha mãe me chamando para comer algo.
Limpei minhas lágrimas e sai do quarto..
— Filha, tente esquecer um pouco, isso não está te fazendo bem. Você ultimamente não sai mais de casa, suas amigas me perguntam por ti, na rua todos me perguntem por ti.
— Não é fácil mãe, dói.. 
Logo senti lágrimas caindo, mas dessa vez elas vinham ao dobro, abaixei minha cabeça e chorei até soluçar, minha mãe estava sentada ao meu lado, sem saber o que fazer, passando a mão em minha cabeça, e ela também estava com o seu coração partido, porque nunca tinha visto a sua pequena assim.
— Ah minha pequena isso passa, o tempo leva.
Olhei para minha mãe, e ela limpou o meu rosto e deu um sorriso, me levantei e voltei para o meu quarto sem comer nada, eu queria te ligar, estava com saudade da sua voz, mas sabia que isso só iria me deixar pior, mas mesmo assim peguei o meu celular, eu precisava fazer aquilo.. Precisava mesmo, porque você sempre me acalmou, sua voz sempre me acalmou. Disquei seu numero, e a cada toque o meu coração acelerava, eu pensava no que iria dizer, estava nervosa. Fazia tanto tempo desde que você se foi. E então ouvi o som da sua voz.
— Alô? Quem é? — Minha respiração estava ofegante, mesmo que eu não falasse nada, ele sabia que tinha alguém na linha.
— Sou eu, espero que ainda lembre da minha voz — E a minha voz tremula deu lugar ao choro. Eu tentava respirava fundo, mas a saudade foi maior.
— Claro que lembro, oi pequena. — Respondeu ele. Eu sabia que estava errado, que aquela ligação iria me machucar, mas meu coração acelerou quando ele me chamou de pequena.
— Liguei porque senti saudade, e eu precisava ouvir a sua voz, queria saber como você estava, queria saber se você encontrou outra pessoa, sabe eu estou aqui da mesma forma que você me deixou, sei que deveria recomeçar, que deveria te esquecer, mas você foi importante na minha vida, eu só queria lembrar que hoje era o nosso aniversário, olha não precisa dizer nada, eu só queria mesmo escutar o som da sua voz.
Desliguei o telefone.. E senti um aperto no coração, fechei os olhos e respirei fundo, me levantei da cama e fui em direção ao banheiro, lavei meu rosto e fiquei me olhando no espelho por alguns minutos..
Ele me ligou novamente, com as mãos todas molhadas, atendi:
— Então…oi pequena, desculpe por esquecer do nosso aniversário, nunca foi minha intenção. Não encontrei ninguém não, aliás pequena, eu ando sentindo muita saudades suas. 17 dias sem você, é uma eternidade, sabia? Hoje mais cedo, escrevi uma carta boba pra você. Eu preciso de você aqui comigo pequena…então, eu resolvi voltar.
Meu coração acelerou, eu não podia acreditar no que ouvia, ele precisava de mim…ou será que ele só disse isso porque eu disse o mesmo? Fiquei pensativa durante uns segundos. — Porque se foi? Porque me deixou? Você sabia que o meu coração te pertencia, e o quebrou, o pisoteou.. Não pensou em como eu iria me sentir. Você dizia me amar, e me machucou. Você prometeu não me abandonar, e me abandonou. Mentiu pra mim. Desliguei..
Retornei a minha cama, deitando-me novamente. Quer dizer, retornei a pensar em ti, em tudo o que poderíamos estar fazendo agora… Como poderíamos estar juntos e felizes agora. Você se lembra quando me prometeu o pra sempre? Cadê? Ele se foi, dentro de um carro, a 60 km por hora, dentro de você. (loveinvegas e cartastrocadas)

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