sexta-feira, 4 de novembro de 2011

 “- Ele é errado, ele não quer ser amado por ninguém. Para com isso garota! Eu repetia isso sempre, algumas vezes em voz alta para ver se a cabeça desistia de ignorar essas poderosas palavras: Ele é errado. 
Isso tem sido minha realidade, lutar, relutar, correr desse sentimento como diabo foge da cruz. Não seja antecipado, não chame de covardia. Só eu sei o que tudo isso causa e o que de pior ainda pode causar.
Ele era tão inalcançável. 

Difícil, distante, fechado. Colecionava mulheres e paixões _ devia colecionar lingeries, porres e corações _.

- Sozinha em um bar? Tá falando sério?
- É, acho que sim.
- Posso lhe fazer companhia? 
 - Gosto de ficar sozinha.
- Mas gosta de vodca também, acertei?
 Bar, barulho, bêbados, carência. Isso tinha tudo para dar errado.
- Ok, então você é do tipo garanhão?
- Algumas de vocês dizem isso, não sei.
- Hum, tem cara de garanhão.
- Garanhão tem cara?
- Não sei, mas sua cara é bonita.
 Eu devia ser proibida de conversar com alguém. Eu estava estragando todas as chances de ter uma noite boa, eu merecia ficar sozinha.
- Celular, aqui, anota.
- Eu não posso te deixar ir embora assim!
- Assim como? Eu to bem.
- Bem bêbada, vem cá. Você ainda lembra onde mora? Posso lhe acompanhar.
- Engraçadinho.
Era só uma noite estupidamente normal. Devia ser insossa como todas as outras, como eu ia saber que isso era o começo de todas as minhas dores de cabeça?
Depois desse dia as ligações começaram a ficar frequentes, assim como as visitas. As primeiras saídas foram realmente de dois conhecidos, que logo se tornaram amigos e que por fim, resolveram complicar tudo. A primeira vez que ele me beijou foi até engraçada, aquela famosa pausa entre o beijo e sem controlar os dois deram risada. Isso tudo era tão atrapalhado, tão estranho, tão ferrado, mas era real e inevitável. Tenho certeza que nós dois queríamos que a amizade fosse o suficiente, sem futuras preocupações, mas sempre acabamos indo pelo lado mais difícil.
Nós não éramos namorados, ou não só isso. Éramos amigos e namorados. Cúmplices. Namorados sem todo aquele compromisso sufocante, estávamos juntos e isso era o que importava. Ríamos de tudo e de todos, conversávamos por horas, brigávamos por coisas estúpidas mas em cinco minutos estávamos juntos outra vez. Prometemos que iríamos com calma, sem cobranças, sem paranoias, queríamos apenas curtir isso que estávamos sentindo. Mas o que era mesmo? 
- Tudo está tão bem que até assusta né?

- Somos amantes e felizes, isso está ótimo.

- É.

- Me promete uma coisa?

- O quê?

- Que não vai se apaixonar por mim…

- Sim, para que estragar tudo né?

- Você é linda sorrindo, quero só que isso dure.

Era realmente o melhor a fazer, é sempre o melhor a fazer. Ir com calma, frear as emoções, sentimentos, medos, inseguranças, conflitos pessoais. É uma verdadeira luta, sentir é uma luta que exige demais das pessoas.

Eu ando percebendo que os dias têm mudado, os olhares também. Eu percebi que seu abraço é o melhor que eu já senti. Seus olhos andam tragando-me. Seu cheiro anda me perseguindo. Espera! Você é errado… Errado para ser desse jeito.
Você não quer um relacionamento que exija demais de você. Não quer se entregar, não quer arriscar, não quer nada a mais do que temos. Mas é só para mim que as coisas parecem ter mudado? Só eu tenho sentido os beijos mais demorados, as risadas mais abobadas? Os abraços parecem querer falar alguma coisa.
Não quero sentir sozinha, não quero pensar errado, não quero foder com tudo. Mas esse seu jeito, esse seu coração duro e impossível me faz teimar que ele precisa ser dominado, precisa… ser meu. Assim como você. Precisa ser meu.
Não quero, não queria, mas me desculpe. Eu quebrei aquela promessa. Eu não consigo conter meus pensamentos em você. Essa vontade de te ver depois de ter acabado de me despedir, isso é normal? Eu […] Eu estou apaixonada e vou estragar tudo.
Mas, antes disso, saiba que eu adoro essa sua nova cara. Esse seu novo olhar, esse seu novo jeito, esse seu novo abraço, sua risada aparecendo toda hora as vezes sem motivo e principalmente, eu adoro essa nova eu que só existe com você.
(s-woon)

Nenhum comentário:

Postar um comentário