segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Os dias passam, os ponteiros do relógio assiduamente zanzam dando a
volta pelo mesmo, e as coisas continuam as mesmas. Veja bem, agora eu
irei sentar do lado esquerdo do sofá, puxarei as mangas do meu moletom
para esconder minhas mãos, esticarei meus pés na mesa de centro, olharei
para um ponto morto da parede e deixarei as lágrimas tomarem conta de
meu rosto. Os motivos variam, mas sempre rondam em torno de você. Ontem
eu chorei por recordar-me de sua testa se enrugando quando eu derrubei
um copo de refrigerante em sua calça. Hoje choro por conta do
arrependimento que se aglomerou por todo o meu peito. Eu não percebi;
demorei tempo demais para notar que estávamos nos perdendo. Vai amor,
me chame de idiota. Com essa tua voz irritante e máscula. Vai, diga que
eu sou uma otária. Olhe nos meus olhos, como tu costumavas fazer, e diga
bem alto, que eu nunca te mereci. Eu sei, sei que é verdade. Eu nunca
soube cuidar de alguém além de eu mesma. Essa á a realidade. Olhe só
essa planta que está ao lado da cortina azulada… Ela está morta. Assim
como o nosso amor. E a culpa é minha. Mas ainda dói tanto, meu anjo. E é
por isso que agora me encontro num estado de desespero, chorando como
uma garota sem colo; não há consolo para o meu coração ferido. Cadê você
pra dizer que tudo isso irá passar? Cadê você para pegar na minha mão e
fazer tudo ficar bem? Espera, poupe-me da resposta. Sei que irá
machucar de qualquer forma. E, não importa o que eu faço ou deixe de
fazer, eu sempre esqueço-me de apagar o teu número da minha agenda
eletrônica, rasgar as cartas com o teu remetente e te excluir de vez de
minha vida. É um passo longo demais. Então não me culpe por ainda te
querer perto de mim. Não me julgue por ainda chorar por nós dois. Eu te
amei como uma casa em chamas, e acho que isso foi o suficiente para te
fazer perdurar em minha memória. Eu sinto muito por nos perdermos dessa
forma. (icanbeyourcocaine)
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