sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Era um dia como outro qualquer, ou apenas parecia ser. Estava fazendo frio e eu andava pelas ruas, meia sem rumo, eu era nova naquela cidade. Não sabia o que fazer, para onde ir, me sentia perdida, desolada por tudo que havia passado. De longe avistei uma lojinha, parecia bonita, aconchegante, não sei o que me deu apenas aquele aperto no coração e resolvi entrar. Entrando lá avistei aquele que até então seria meu único amor verdadeiro. Ele era lindo, o sorriso dele me deixou paralisada, aposto que eu estava com uma carinha boba. Ouvi de longe um “Quer ajuda?” eu não respondi. “Ei, você quer algo? Nunca vi você por aqui”. Eu me lembro de sorrir e ficar sem graça, ele deve ter pensado ‘que garota idiota’, mas eu nem me importei. Peguei a primeira camiseta legal que estava ali, e disse “Quero está. Embrulhe para presente, por favor,” ele entrou e embrulhou perfeitamente, eu só o via de longe. Não sabia o por que, nem ao menos seu nome, mas tive uma vontade enorme de chamá-lo de ‘meu’. Ele sorriu e disse “Pronto, aqui está teu presente”. Eu saí da loja, olhando aquele embrulho, parecia ser o mais lindo que eu já vi. Chegando a casa o guardei, não tive coragem de abri-lo, nem de olhar como era a camiseta. Foi assim, todas as semanas, por dois longos meses. Eu havia descoberto seu nome, era Bryan, bonito não? Bom o Bryan não sabia nada sobre mim, só sabia que eu escolhia camisetas sem olhar, e ficava paquerando ele de longe. Eu sei que ele percebeu. Certo dia, pela ultima vez que fui lá, escolhi uma camiseta que achei bonita e disse “Embrulhe, o mais lindo embrulho, essa é para mim” ele sorriu, e fez como sempre, a coisa mais linda do mundo. Mais uma nova para minha coleção. Eu sai de lá, querendo voltar e dizer a ele tudo que sentia.Mal sabia que naquela noite algo não muito legal aconteceria. Passei a noite treinando o que falar ao Bryan, todas as palavras, os carinhos, os sorrisos. Acordei cedo e fui a loja, estava fechada, mas havia um homem na frente, ele parecia triste, perguntei o que houve. Ele disse já chorando “O Bryan, meu filho, faleceu nessa madrugada. Você não sabia? Ele tinha uma doença rara e não aguento mais tempo. Ora, como você não sabia?” Eu não o deixei terminar, sai correndo para casa. Mundo desmoronado, coração despedaçado. Eu me sentia só e perdida outra vez, chegando a casa peguei um de seus embrulhos e abri, não sei por que, resolvi abri-los. Um bilhete caiu no chão, nele tinha escrito “Oi, hoje descobri seu nome. Savannah né? És a mais linda garota que já vi. Espero um dia conhecê-la melhor, quem sabe, namorá-la. Por favor, me diga o que sentes por mim, já percebi teu olhar. Não me deixe só. Seja minha”. Eu não conseguia parar de chorar, não sabia para onde correr ou o que fazer. Abri todos os embrulhes e em cada um deles havia um bilhete, um mais belo do que o outro. Todos dizendo o amor estranho e enorme que ele sentia por mim […] Não importa o que se passe na sua mente, ou seu medo de ser rejeitada (o), diga enquanto é tempo. Talvez amanhã, seja tarde demais(Amanda de Andrade, desam0r)

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