sábado, 29 de outubro de 2011
Contar até três, respirar fundo, fechar os olhos, abri-los, falhar. Rotineiro,
cansativo, decepcionante. Avistar a mesma cama desarrumada, o mesmo
quarto bagunçado e a mesma porta trancada, mas nunca ver tuas suaves e
delicadas mãos tocando a maçaneta, teu perfume impregnado em minhas
cobertas e teu sorriso iluminando o cômodo obscuro. […] Ajoelho-me
frente à cama, rezo, prezo, aguardo, peço pela sua segurança apenas,
pois tua felicidade eu quem quero criar e ti vivendo ao meu lado, só o
tempo trará. Cozinho o almoço imaginando teus braços à minha volta,
criticando meus erros ao temperar a comida e guiando minhas mãos para
que eu não cometa falhas. Deito à banheira imaginando ti em meus braços,
brincando com a espuma, jogando água um no outro, correndo pela casa
encharcados. Durmo agarrado ao travesseiro, desejando um dia, envolver
teu corpo ali ao meu lado por toda a noite. Deito ao sofá com o coração
palpitando, constantemente abalado, em momentos raros minhas mãos
tremem, a esperança de ouvir a campainha soar, olhar pela janela e
ver-te lá fora é tão grande que mal percebo se a televisão está ligada
ou desligada. Mal ligo para o interior da casa na verdade, o que me
interessa está lá fora, muito longe fisicamente, extremamente perto,
porém intocável, sentimentalmente. Seu nome; seu sobrenome; seu sorriso;
seu abraço; você; é só o que passa em minha mente. […] Dizem que ao
morrermos um filme passa em nossa mente, porém, descubro agora que ao
começarmos a viver também ocorre essa rápida aparição de cenas à névoa
que atravessa nossa visão, não ao nascer, mas ao olhar para frente e
decidir viver de verdade essa vida dada a nós. Sim, decidi viver agora,
um filme passou em milisegundos diante à mim, não um filme de momentos
intensos que vivi mas sim um filme de desejos futuros, que neste exato
momento, decido cumprir a qualquer custo, a qualquer forma, enquanto eu
respirar. Um futuro sozinho ? Não, impossível, neste filme, meu futuro
acontece a quatro. Eu; você; nossos filhos. Aliás, deixe-me lhe contar
querida, eles terão teus olhos, teu narizinho delicado, tua pele macia e
teu sorriso envolvente, como é de se esperar, és tão bela, creio que a
mais bela de todo o reino, de todo o mundo, de minha vida. […] Prevejo
nosso futuro a todo instante querida, sonho com ele, recrio ele a cada
dia em minha imaginação, só não o perco de vista, gravo detalhadamente
cada local e gesto, tudo, para que no futuro, juntos construamos lado a
lado, sorriso por sorriso, momento por momento, os meus sonhos unidos
aos teus sonhos, realizados na historia de um lindo casal eterno.
Historia que só terá um fecho, após a realização do último desejo e da
última vontade, onde poderemos dizer “valeu à pena meu amor”. […] Sem
problemas anjo, eu espero, conto e reconto até um milhão todos os dias,
pisco, respiro fundo, rezo e me decepciono diariamente também, porém,
nunca desisto. Eu vou até o fim para ter-te ao meu lado, todos os dias,
tomando café, almoçando e jantando juntinhos, amando-lhe vinte e quatro
horas por dia, sem medo de ser feliz. E relaxe anjo meu, se depender
de mim, o pedido de casamento que tanto espero e anseio cumprir, não
demorará a vir, e aonde quer que esteja, se cuida minha pequena, por
mim, por ti, por nós. Rafael D’Angelo
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