sábado, 21 de janeiro de 2012

“Não ponha a culpa no tempo, na tua mente, no cara da esquina que não quis te vender um buquê de rosas às 2 da manhã, muito menos na bateria do seu celular que acabou no meio de uma discussão.A culpa foi nossa, meu amor. Nos perdemos no meio do caminho e ficamos com preguiça de nos encontrarmos novamente. O erro desta vez foi nosso, por não ter acreditado que nossa história fosse mais além do que aqueles longos anos que escrevemos e vivemos juntos no apartamento da zona norte. Poderíamos ter sido muito mais, deveríamos ter sido mais. Ter sentido mais, absorvido mais e até mesmo amado mais se fosse o caso. Eu fui errada em ter entregue meu coração assim, de bandeja pra você, porque, se tivesse me retraído ao altruísmo, eu talvez não tivesse um coração despetalado como agora, pedindo só mais cinco minutinhos da tua atenção. Sei que, depois do que passamos, teu nome deveria ter sido banido da minha vida, mas aconteceu o contrário, amor. Tu ainda estás aqui, junto com cada memória tua, tais como tuas manias, tua risada, teu cheiro, teu sorriso meio maroto, tua voz. Teus abraços protetores, e todas as vezes em que passou a madrugada inteira abraçado comigo, enquanto a chuva caía levemente do lado de fora. Eu era a tua pequena, lembra? Tinha prometido a ti que este título ninguém tiraria de mim. Mas mesmo assim, com toda a eferverscência do amor, chegou um momento em que senti o nosso esfriando, congelando, se deteriorando. E nós acabamos por fazer parte deste sumiço de partes. E te ver jogado no mundo, a cuidados do vento não me faz nenhum pouco bem. Tu não encontrarás amor, nunca, em parte alguma, alguém que te cuide, que te proteja e te faça sorrir como eu. E mesmo sentindo um tanto de ódio aqui dentro, não consigo olhar nossas fotos sem sentir uma ponta de pesar machucando no fundo do coração. Nós sorríamos feito dois adolescentes que acabaram de descobrir o amor. Era bom, era uniforme, era completo. Era… Nada que eu não supere, querido. Ando ensaiando sorrisos para curar a dor da tua partida, mas ainda tomo café na tua xícara dos Beatles, abro a coluna social na página sete, leio aqueles poemas de amor, e penso — você poderia estar aqui. Você devia estar aqui, amor.” (enarm0nica)

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